terça-feira, 2 de outubro de 2007

Todas as Horas

Salvador Dalí. (Spanish, 1904-1989). The Persistence of Memory. 1931.
Oil on canvas, 9 1/2 x 13" (24.1 x 33 cm). Given anonymously. © 2007
Salvador Dalí, Gala-Salvador Dalí Foundation/Artists Rights Society (ARS), New York
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As horas são subordinadas. Empregadas do tempo.
Porém Superioras e Supervisoras dos homens.
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O tempo determina a existência do homem, esse sim, com indiscutível patamar de superioridade. E as horas? Criadas pelo homem para contemplar sua existência, com provas numéricas, agora tornou-se chefe e mandante dos seus atos?
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É querer ser mais que o mundo. E ser notado mais que todo mundo.
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Mostrar pra todo mundo que eu estou aqui, presente, vivo, em vantagem ao atrasado, mais preciso que o adiantado, enquadrado nas mais rigorosas normas britânicas de comportamento, um exemplo a todos os outros, respeitando meu superior. Sou eu, mais um subordinado das horas.
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Sem Horas

Eu gosto de tudo,
Não gosto de nada

Dias acordo assim
Com a cara amarrada

Como quem não quer
Dizer nada

Como quem quer
Dizer tudo
Dizendo nada


Sou assim,
Meio amigo
meio amante

Nem pequeno
Nem gigante

Nem formiga
Nem elefante

Sou pacífico
E irritante

General
E meliante

Na cama e no açoite

Sou assim,
Meio dia
Meia noite.
Fonte: Meu cerebelo

2 comentários:

Ricardo disse...

Muito boa a poesia "Sem horas". Gostei.

Anônimo disse...

É, realmente você está de Parabéns... o seu blog está super interessante. Continue assim =)

Beijos, Sr. Buchechaa!!!

Te A-4! haha